JIM

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sexta-feira, novembro 10, 2006

OSIRIS,

Louvo essa tua capacidade de analisar sociologicamente o fenómeno "Musseque". É inegável que Luanda, a exemplo de outras grandes cidades como S. Paulo, p. ex. - grandes metrópoles - de países enormes, nada façam em prol das populações; das grandes maiorias, dos grandes obreiros delas próprias; que os empurrem, arrastem sempre à medida que vão crescendo. É um fenómeno curioso, que alguns seres humanos prefiram viver "ricamente infelizes". Prefiram viver luxuosamente: cercados por arame farpado; por musseques; favelas; bairros de lata, etc. O caso de Luanda, ou Lisboa.. não fogem à regra. Ali, terminam sempre os projectos, as infra-estruturas de sanidade e salubridade: de água, luz, esgotos, escolas, postos de saúde, etc. Os musseques nascem de forma anárquica - com materiais encontrados no local - um pouco pela habilidade e capacidade de quem os constrói. São bolsas de miséria e pobreza onde facilmente a lei é imposta por quem lá mora. Muitas vezes, também, refúgio da marginalidade; como consequência da ignorância ou esquecimento das elites, das classes dirigentes, dos responsáveis. Curiosamente, afirmam-se, desenvolvem personalidades próprias. Estou a lembrar-me do Prenda, do Terra Nova (fase de envolvencia pela ant. Av. Brasil), do Cazenga, do Sambizanga... Brilhante trabalho o teu, parabéns.

madaleno