JIM

ESTE BLOG PRETENDE DAR A CONHECER UM POUCO DAS MINHAS AFINIDADES, PREFERÊNCIAS E AMIZADES.

sábado, agosto 26, 2006

DESCOLONIZAÇÃO - TRILOGIA DO DESESPERO.

Tentar uma abordagem do que foi o 25 de Abril de 1974 em Portugal, a subsequente descolonização então operada, a entrega das ex-colónias aos seus legítimos donos sem uma análise e um sentimento profundo do que isso representou: "em termos de sacrifícios e sofrimento humanos - para todas as partes envolvidas - é, no mínimo, subverter à partida a realidade dos factos e tentar branquear, de alguma forma, a verdade.

1 - Ninguém em seu estado normal poderá deixar de aceitar que Portugal era uma ditadura atroz, um regime onde o povo não tinha direitos de cidadania, vivia no limiar da pobreza e miséria indigente, com índices de analfabetismo que roçava o ridículo, para um País que se dizia: "Um Império". Onde as populações eram escravizadas na sua própria Pátria e, obrigadas a imigrar para não sucumbirem à fome e à doença. Negar-lhe a liberdade que o 25 de Abril trouxe, chamar colonialistas a este povo, que nunca pôs os pés nos "então países de expressão portuguesa"; " nunca comeu um grão de café" - à borla - que foi obrigado a mandar os filhos sabe-se lá porque razão objectiva, que não foi culpado do que de bom ou mau por lá aconteceu, sem apontar o dedo aos principais responsáveis, " novos ou velhos", às pessoas certas; é no mínimo desonesto para não chamar criminoso.
2 - Não reconhecer que os então portugueses, os seus descendentes, estabelecidos nos referidos países de expressão portuguesa, "alguns" há mais de quatro séculos; que a sua grande maioria era pobre, vivia em cidades vilas e aldeias a milhares de km das grandes cidades e centros de decisão; que enterraram lá tudo o que tinham, alguns: até a própria alma... Confundi-los com "os grandes Colonialistas", com os grandes lobbies detentores do poder e da riqueza; das grandes empresas, das grandes fazendas, possessões e concessões a perder de vista - quase sempre multinacionais, capitais sem rosto, empresários e autoridades sem escrúpulos - agora disfarçados, escondidos atrás de outros nomes, outras identidades; que bastante ajudaram a agudizar e acelerar um processo irreversível que poderia ter tido um desfecho bem mais humano mais positivo para todos. Também eles terão que ser apontados com todos os dedos como os grandes responsáveis, os que nunca perdem; que não fizeram parte das filas das pontes aéreas, nem das imensas listas do IARNE. Entre eles lembro alguns que não estiveram inocentes no processo: "A Hierarquia da Religião Católica Apostólica Romana" - que empurrou Portugal e Espanha para essa coisa da expansão da fé e da escravatura; a tal meia dúzia de famílias que todos conhecemos; as multinacionais Belgas, Francesas, Holandesas, Alemãs, Inglesas, EUA, etc.; políticos como Salazar e Caetano, seus pares, mais as políticas de avestruz; alguns militares e zelosos funcionários da administração colonial; as polícias políticas - sempre presentes - nas três situações referidas... Ninguém pode ficar indiferente face à angústia de pais - com crianças de colo - na vã esperança de salvar, pelo menos, as suas vidas; deslocados dos mais recônditos lugares desse "Império de retalhos", em condições inimagináveis e infra-humanas. Isto é muito sério meus senhores! Há que respeitar que reconhecer a angústia e o trauma por que passaram.
3 - Quanto aos verdadeiros naturais, os donos da terra, a quem chamaram pagãos por desconhecerem um Deus e uma cultura que não era sua. Maltratados, seviciados, escravizados, vendidos, violentados; considerados menores em todos os sentidos. Escorraçados - na sua própria terra - sempre para a periferia das grandes cidades, das vilas das aldeias. Obrigados a trabalhar para patrões sem escrúpulos, em condições infra-humanas, com cuidados de sanidade e salubridade ignóbeis. Alguns, trabalhavam de sol a sol, ostentando bocados de roupa " Kambriquites" tão velhas e gastas que era impossível reconhecer-lhe as cores originais; na maior parte das vezes era tudo o que tinham, pareciam seres vindo do passado. Não reconhecer, ou querer ignorar isto, é a maior das traições feitas à memória de um povo; negar-lhes o direito à liberdade e à independência é: "O maior crime que um ser humano pode perpetrar no seu semelhante!.." (Aqui, não refiro ninguém em especial; os grandes f.d... são sempre da cor do dinheiro: são de todas as cores!?)

Nb:) Sei - ao colocar a minha opinião - que serei estigmatizado. Mas, a intenção visa objectivos mais nobres: "que a trilogia que aludo sirva para deixarmos de ser eternos inimigos, eternos rivais; que juntos possamos tornarmo-nos indestrutíveis". Todos temos direito à nossa opinião e esta é a minha, não entrarei em discussões estéreis.
kandandus
madaleno
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Angola foi o grande amor da minha vida, Luanda a minha eterna namorada.

sexta-feira, agosto 25, 2006


Se querem saborear um verdadeiro leitão - de onde são originais os ditos - então retenha este endereço:

"EXCELENTÍSSIMO"
rest.excelentíssimo@gmail.com
http//excelentissimo.site.vu

Obs:) Só para quem amam a boa comida, a boa vida e paz de espírito...

Mdaleno

sábado, agosto 05, 2006

RE: Reflexão

citação:
«...Meu querido, não me conheces mas, para teu conhecimento, quero que saibas que esses 500 anos, de que o teu avô fala, não se podem dissociar (desligar, entendes meu kiduxo?) de um contexto histórico, tido nessa época como o mais correcto. Evangelizar era um dos grandes objectivos. Alargar e enriquecer o império, outro. É verdade meu querido que houve erros, MUITOS. Ontem, hoje e amanhã PAGOU, PAGA E PAGARÁ, SEMPRE, O JUSTO PELO PECADOR!...»

Céu, se não dissesses mais nada, isto era suficiente. Não se podem dissociar os factos históricos nem culpar os Colonos portugueses de todos os males...? Nada mais verdadeiro!... Mas, que Deus ou Religião eram esses que, precisaram de empurrar os colonos portugueses para expandir uma fé, de um Deus, que precisa/precisou de homens como intermediários, para completar um trabalho que ele não quis... ou não soube fazer? Precisou dos portugueses para colonizar a sua religião...? Terá alguma coisa a ver com Marco Pólo - em 1200 DC - quando regressou da China e avisou o Papa, dizendo: ("... para ali não, eles têm uma muralha com milhares de quilómetros de extensão, com exércitos - em terracota (digo eu) - até perder de vista!...") Acredito que és suficientemente sagaz para perceber... Não há maior virtude do que aceitar os próprios erros? Esse é um dos grandes problemas de algumas pessoas, que não conseguem fazer as pazes com o passado e partir para outra. O que os portugueses ou angolanos - antes, ou depois 1974 - fizeram, de bom ou de mau, todos sabemos; não é segredo para ninguém. Que tudo poderia ser diferente, também o é... Mas o que dizer, de documentos - como este - escritos em 1952, de quem não podia sequer pensar? Também este terá que ser devidamente enquadrado num contexto histórico?

http://www.triplov.com/zoo_ilogico/cats/galvao4.html

Não viso colidir com a tua ou outras opiniões, és uma pessoa esclarecida. Já o disse uma vez: " se quisermos escrever a história de Angola teremos de começar no Império Romano..."

Nb: ) Provavelmente vou ausentar-me e não poderei responder atempadamente.

Kandandus

madaleno