
Cerimónia teve lugar esta sexta-feira
José Inácio Madaleno apresentou 'Heróis Anónimos' no Torrão
José Inácio Madaleno apresentou - esta sexta-feira - no Torrão, o seu livro: "Os Heróis Anónimos" que pretende ser, uma história "de certo modo - uma prova de respeito pelo bom povo trabalhador" do Torrão. Pelos estóicos trabalhadores rurais trabalhadores do campo como gostam de salientar.
Lê-se no prefácio do terceiro livro deste alentejano apaixonado por Angola: "Desde tempos imemoriais que ("Os Heróis Anónimos"): estes homens, estas mulheres e estas crianças, arrancam da mãe natureza o pão-nosso de cada dia - para alimentar um País - que: os marginalizou, sempre os considerou meros cidadãos de segunda, meros instrumentos de trabalho e de exploração. É de lamentar que deles não existam também "estátuas ou figuras alusivas", consubstanciadas numa homenagem colectiva a todos cujo suor e sangue derramam - ao longo de séculos - pelos campos da nossa terra, do nosso Alentejo, do nosso País. Ficaria duplamente feliz se o Torrão - a minha terra - fosse a primeira Vila a fazê-lo. Que prestasse essa justa e singela homenagem aos seus filhos mais sofridos, aos menos mediáticos, aos menos favorecidos pela vida e com a profissão mais mal paga e injusta do planeta. Para eles foram sempre reservados os trabalhos mais duros, mais pesados, menos nobres, no conceito das elites deste país. São deles os salários mais baixos, as condições sociais mais precárias e inumanas. Continuam a trabalhar como trabalhavam há séculos. É fácil encontrá-los nas intermináveis filas das consultas médicas, nos corredores das emergências dos hospitais, ("sozinhos") nas morgues deste país discricionário. Os responsáveis - que deliberadamente os ignoraram - quando falarem deles terão: que se penitenciar; que reconhecer o seu exacto valor e se perfilarem. Pelo muito que o País lhe deve, pelo desprezo a que sempre os votou.
Este livro foi intencionalmente escrito em linguagem formal porque, ser analfabeto não é ser ignorante. Quando se cerceiam intencionalmente o acesso às condições mínimas de vida, ao ensino e à saúde; a designação de analfabeto tem para mim uma conotação semelhante a uma licenciatura, ou doutoramento. Pessoas que só o são (ou foram), por lhe terem sido facultadas as condições para tal. "O maior crime que um País pode cometer é o de cercear - de qualquer forma aos seus filhos - o acesso ao ensino, à saúde e à educação". O povo português, enquanto sujeito da história, nunca mereceu qualquer respeito por parte dos seus governantes. Os chorudos proventos tirados do esventrar da terra, da mão-de-obra escrava até ao seu aniquilamento enquanto fonte de riqueza, ou até, à revolta desesperada dos seus naturais foi sempre; uma constante no Alentejo e no nosso País. Os homens com (H) sabem que isto é verdade, os filhos da mã... também o sabem. Mas, não tem que ser assim meus senhores; devemos inverter o sentido das coisas. Os antigos como os actuais latifundiários decerto compreenderão: que não é matando as galinhas dos ovos de ouro que os tornarão mais ricos. Não é com um povo faminto e doente que o conseguirão...
18.12.2004 - 00:43
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial